quarta-feira, 11 de junho de 2008

Marduk - "Live in Germania"

Esta banda começou sua carreira com uma demo de nome "Fuck Me Jesus", influenciada, principalmente, por Bathory. O que esperar para o resto de sua história? Eu respondo: ódio, blasfêmia, uma cruzada anticristã em forma de música e muita inspiração, seja com qual formação for!

Este trampo ao vivo da banda sueca foi gravado durante a tour "Heaven Shall Burn", no ano de 1996, segundo informações obtidas no próprio encarte. Pega logo a primeira turnê da formação mais odiosa da banda (obs.: não acho a melhor, mas sim as duas primeiras), com Eric Legion, vocalista, iniciando sua participação ao lado de Morgan Steinmeyer Hakansson, guitarrista e líder deste exército de 4 músicos, que se completa com Fredrik Andersson (baterista) e B.War (baixista).

A pancadaria já rola solta desde o começo, com "Beyond the Grace of God", do primeiro álbum desta destruidora formação. A gravação é crua, porém audível. Não temos de nos esforçar para entender o que está sendo tocado, quais instrumentos há etc.. É na medida certa que é cru o som!

A segunda faixa é "Sulphur Souls", do álbum "Opus Nocturne", álbum de 1994, que foi sucedido pelo "Heaven Shall Burn". Os riffs desta música eu acho uns dos melhores de todos que as mentes do Marduk já criaram!

A terceira começa com Legion, insanamente, dizendo "Let Jesus fuck you! Let Jesus fuck you!". O nome da música? "The Black...", um dos hinos destes metaleiros suecos. Música do primeiro álbum, entitulado "Dark Endless". A versão original é mais Old School que esta, do "Live in Germania", porém aqui também é muito bem tocada.

A música de nº 4 é "Darkness It Shall Be", sendo a mais direta, brutal e sem firulas de todas do CD! Pura falta de harmonia para rolar uma porradaria daquelas, com muita cerveja. O Black Metal puro é isso, sem frescuras!

A quinta pérola desta maravilha de disco tem nome "Materialized in Stone", que é do terceiro full-lenght da banda, cujo nome já citei: "Opus Nocturne". Aqui há uma maior cadência na melodia, com muita morbidez, melancolia e ódio misturados, sentimentos estes muito belos do ser humano, porém todos os temos em alguns dias, não se podendo esconder isto!

O que se pode aguardar ao ler o título "Infernal Eternal"? Muita azaração em Malhação, com meninos e meninas descolados, como diria nosso amigo Coxinha? De jeito algum! Aqui há mais uma aula de como se fazer música pra macho!

Continuando a mescla dos filés anteriores ao "Heaven Shall Burn" com os deste álbum, o Marduk parte, aqui, para "On Darkened Wings", do segundo lançamento da banda, "Those of the Unlight" (meu favorito, por sinal). A pegada Old School é preponderante. O legal é que não há uma tentativa de tocar de forma idêntica à versão original, mas adaptando-se ao novo jeito da banda, com mais velocidade e ódio. Este é o legal de se ouvir materiais ao vivo!

Agora temos "Wolves" como oitava faixa. Considero esta música a melhor de toda a carreira da banda! Riffs simples, mas consistentes, com uma cozinha muito bem feita por B.War e Andersson. Eric Legion está enlouquecido aqui, mas isto não é novidade para nenhum bom conhecedor de Black Metal. De quebra, logo em seguida, temos a segunda parte de "Wolves": "Untrodden Paths", que foi lançada em 1994, no mesmo álbum que contém "Sulphur Souls". Preciso dizer que é bom? Não, pois estaria errado: isto é um senhor filé mignon, com sanguinho e tudo mais!

A número 10 é "Dracul va Domni Din Nou In Transilvania". Tá, nem sei o que está escrito, mas garanto que nada de fofo esta música tem! HAHAHAHAHAHAHAHA! Aqui há um clima muito sombrio, melancólico, com som menos voltado à violência gratuita que algumas faixas, como "Beyond the Grace of God", por exemplo.

A penúltima faixa deste álbum consiste na última do lançamento de 1996: "Legion". É o modo mais direto de se dar um tapa na cara de testemunhas de Jeová que ficam te ligando com o escopo de te converter! Neste opus há um solinho bem breve naquele velho estilo Black Metal, com muita velocidade e fúria!

O CD é finalizado com "Total Desaster", cover do Destruction, banda alemã, assim como a platéia deste show. Aliás, sortuda ela, hein, por presenciar o Marduk com o início dos trabalhos desta formação!

Resumo: este filé é algo estupendo! Recomendável a todos aqueles que entendem o que é boa música, sem preconceitos, e compreendem que todos nós, seres humanos, temos momentos de fúria, melancolia, ódio e vontade de sair agredindo qualquer um por aí!

RODRIGO "BLACK" a.k.a. HELLDRIGÖ

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