domingo, 9 de novembro de 2008

Mayhem - "De Mysteriis Dom Sathanas"


Procurarei, por esta resenha, passar da forma mais fiel possível o que vem a ser este trabalho da banda com uma das histórias mais conturbadas do Metal mundial. Gravado em 1993, DMDS teve como músicos Øystein Aarseth, mais conhecido como Euronymous, nas guitarras, Jan Axel Blomberg, mais conhecido pela alcunha de Hellhammer, na bateria, Varg Vikernes, também conhecido como Count Grishnackh, no baixo e Attila Csihar, húngaro, nos vocais. Também há a participação de Blackthorn nas guitarras. O lançamento somente ocorreu em 1994, após a trágica morte de Euronymous, único remanescente da formação original, pelas mãos de Varg, mas isto já é uma história fora do contexto musical.

De Mysteriis Dom Sathanas contém 8 faixas carregadas de muito peso e ódio, coisas muito bonitas para se ouvir junto da namorada. Todo o álbum é maravilhoso, mas posso destacar as seguintes faixas:

A primeira é, logo de cara, Funeral Fog, composta nos tempos de Dead. Aqui é possível conferir baterias bem rápidas, assim como os riffs, e os vocais de Attila dando um clima jamais antes sentido em um álbum de Black Metal.

A segunda, que também foi composta anos antes, quando a banda tinha Dead e Necrobutcher em sua formação, é Freezing Moon, que pode ser considerada o hino da banda. Aqui há, talvez, os riffs mais sombrios de toda a história do Mayhem, com um solo super melancólico. Toda a banda conseguiu passar um clima super negativo nesta faixa, mostrando que estes artistas estavam muito acima de meros menininhos maus que acham cool usar roupas pretas e coturno.

A quinta faixa e, apesar de não ser o hino da banda, a melhor, junto de Freezing Moon, é Life Eternal. Da mesma forma que a faixa de número 2, a guitarra é sombria ao máximo. O mais legal é que Aarseth nunca precisou fazer pirulitagens em sua música, sempre preferindo fazer algo mais simples! As linhas de baixo desta música, além disso, são as melhores de todo o filé.

A última faixa, que é a que dá nome ao compact disc, tem muita velocidade e um clima de magia negra inigualável. Apesar de eu não gostar de magias, religião etc, considero esta música como a trilha sonora perfeita para qualquer filme do Drácula, por exemplo. Há até latim no meio das letras! A guitarra, como sempre, é maravilhosamente tocada, mostrando que Euronymous está para o Black Metal assim como Tony Iommi está para o Heavy. Hellhammer também parece estar muito inspirado, com muita brutalidade na bateria. Já Csihar fez até vocais limpos nas partes que são em latim.

Enfim, este filé é algo para se conferir se o seu objetivo é conhecer o essencial do Black Metal. Não espere por uma música super técnica, até por o BM não ser este tipo de som, tendo como principal característica as emoções (ódio, melancolia, desespero, por exemplo) sendo passadas de uma forma simples e objetiva. É, em última análise, um som cru, objetivo e agressivo.

Por RODRIGO BLACK a.k.a. HELLDRIGÖ, que também gosta de Rock Progressivo.

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