segunda-feira, 18 de maio de 2009

Heaven and Hell - 16 de maio de 2009


Digo, em primeiro lugar, que este foi o segundo show de destaque que presenciei, mas que por muito tempo será tido como o melhor, se é que não será até o fim de meus dias considerado o melhor de todos que terei ido!

É estupendo poder ouvir e ver quatro monstros do Heavy Metal, já idosos, fazendo música ao vivo com muito mais energia e empolgação que vários garotinhos por aí. É, também, fácil de se verificar na expressão de cada um dos músicos do Heaven and Hell que eles fazem o que mais amam, e isto emocionou cada espectador que estava no Credicard Hall no último sábado.

Ronald Padavona, mais conhecido como Ronnie James Dio, que completará 67 anos no dia 10 de julho, cantou durante todo show como se fosse há 30 anos, como já pude verificar em live albums dos quais ele participou. O ex-vocalista de Elf e Rainbow ignorou a idade avançada e mostrou que tem, além de fôlego, muita técnica vocal. Com o Sabbath, Dio gravou Heaven and Hell, Mob Rules, Live Evil e Dehumanizer, 10 anos após o álbum anterior.

Frank Anthony Iommi, mais conhecido como Tony Iommi, de 61 anos de idade, deu uma pequena amostra dos motivos que o fazem ser chamado de Rei dos Riffs. Há 39 anos, ele iniciava sua carreira junto ao Black Sabbath, e desde então não mais parou de fazer a alegria de todos nós, apreciadores de música da mais alta qualidade. Durante o show, ele foi capaz de hipnotizar minha pessoa e todo o restante do público, com solos muito bem executados e riffs matadores. A presença de palco dele também é algo que impressiona.

Terence Michael Joseph Butler, mais conhecido como Geezer Butler, que completará 60 anos no mês de julho, um dos melhores baixistas de todos os tempos, apresentou-se de forma a justificar sua fama. Sua técnica é fora do comum, deixando até mesmo o monstro Steve Harris no chinelo. Ele e Iommi formam, de longe, a melhor dupla baixo-guitarra de todo o Rock N´ Roll. Os dois são, também, responsáveis pela criação do Heavy Metal, juntamente com Ozzy Osbourne e Bill Ward, na década de 1970.

Vincent Appice, mais conhecido como Vinny Appice, de 51 anos de idade (o mais novo da banda), é responsável pelas baquetas. Sua competência não se discute, ainda mais depois do solo de bateria bem feito no meio da apresentação. Com o Black Sabbath, gravou os álbuns Mob Rules, em 1981, o ao vivo Live Evil, em 1982, e Dehumanizer, em 1992.

O show começou às 22:30, com a introdução E5150, seguida, como no álbum de 1981 do Sabbath, de The Mob Rules. O começo apontava para o que todo o show seria: algo inesquecível, com músicas tocadas carregadas de emoção e peso por estes músicos.

Pude, logo após, ver e ouvir esta incrível banda tocar um clássico de 1980: Children of the Sea. Foi de dar arrepios da primeira à última nota, com Dio, Iommi, Butler e Appice mostrando a que foram ao Credicard Hall.

Depois deste clássico, o Heaven and Hell nos presenteou com uma faixa do álbum Dehumanizer: I. A faixa foi muito bem executada por todos, ficando ainda mais legal que na versão de estúdio, como é o costume do Sabbath.

A seguir, a música do novo álbum que foi primeiramente divulgada: Bible Black. Como o Caio disse durante o show, esta e as demais faixas tocadas de The Devil You Know (além desta, Fear e Follow the Tears) ficaram, ao vivo, ainda mais matadoras, tendo essa maior destaque. A introdução, feita por Tony Iommi, é de deixar qualquer fã alucinado, bem como a forma com a qual Ronnie James Dio cantou, mostrando toda sua técnica. A cozinha, formada por Butler e Appice, também é merecedora de aplausos.

Depois da apresentação da música de trabalho do novo álbum, o Heaven and Hell nos proporcionou a oportunidade de ouvir mais uma música do ano de 1992: Time Machine. Dizer que tal maravilha foi tocada de forma competente seria a mesma coisa que dizer que a água é molhada, ou seja, seria redundância.

Depois dela, veio Fear, que foi, como já citado acima, tocada de forma espetacular. Em seguida, pode-se conferir a incrível Falling Off the Edge of the World, de 1981, que foi perfeitamente executada desde sua bela introdução. Depois dela, veio outra ótima faixa do álbum recém lançado: Follow the Tears.

Depois, como um presente a todos que ali estavam, eles tocaram Die Young, um super clássico do Black Sabbath. A emoção foi enorme ao ouvi-la, parecendo ser a primeira vez que eu estava a escutar a faixa.

Logo em seguida, veio a performance longa e maravilhosa da música que dá nome à banda. Ela foi tocada cheia de improvisos, e muito mais carregada de feeling. Foi uma senhora aula de como se tocar música ao vivo e deixar fãs hipnotizados.

Ao fim dela, os músicos tocaram um pequeno trecho da ótima Country Girl e, sem intervalo, Neon Knights, primeira faixa do álbum de 1980, para fechar com chave de ouro este show supremo.

Esta apresentação foi digna de uma banda com quase 40 anos de estrada, fazendo com que os ali presentes ficassem arrepiados do começo ao fim.

Foi uma grande satisfação, também, curtir cada segundo deste inesquecível show ao lado de Lord Cox e Caio, meus brothers of Metal.

Obrigado, Appice, Butler, Dio e Iommi! Vocês são os pilares do Heavy Metal!

Obs.: Lamento, contudo, o ocorrido quanto aos ingressos de 3 pessoas da van, entre elas o Coxinha. Consistiu em um evento facilmente evitável pelos agentes da transportadora, sendo um deles, inclusive, durante a viagem, avisado a respeito das possibilidades de algum problema com a meia-entrada ocorrer, tendo, porém, preferido omitir-se.

Rodrigo "Black" a.k.a. Helldrigö, que vai sonhar com o show até o fim de seus dias.

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