quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Duran Duran - "The Wedding Album"


Muitos diriam que sou um falso metaleiro, metalúrgico, rockeiro ou roquista por ouvir Duran Duran, a-ha, Tears for Fears, Double, Culture Club e outras bandas do gênero, mas eu jamais daria importância para isso. Digo para quem quiser ler/ouvir que sou fã do Duran Duran, banda inglesa que iniciou o chamado New Wave no começo da década de 1980. Impressionam por sua versatilidade, posto que têm em seu currículo desde canções depressivas e românticas a alegres e dançantes, mas nunca perdendo a qualidade.

Também são chamados de New Romantics, Pop, Post-Punk, Synth Pop etc., embora o simples termo New Wave resuma bem o som que estes artistas super criativos fizeram e fazem até hoje. Este gênero conta com muitas músicas dançantes de bom gosto, mas minha preferência, apenas por estilo de vida, é ouvi-las parado.

O álbum em questão foi lançado em 1993, tendo o Duran Duran, em sua formação, os já conhecidos membros Simon LeBon, Nick Rhodes e John Taylor, vocalista, tecladista e baixista, respectivamente, além de Warren Cuccurullo, guitarrista e mais novo membro.

Too Much Information começa o álbum a todo o vapor, com muita animação e uma composição bem criada. É mais Pop-Rock que New Wave, não como o Jota Quest, por exemplo, que é uma enganação tremenda e uma afronta ao que se chama de Pop-Rock.

A segunda faixa, Ordinary World, foi uma das mais ouvidas por mim em toda a vida. Tem todas as características de uma ótima balada, com muita harmonia em todos os instrumentos e um vocal impecável. Destaco as linhas de baixo, muito bem executadas por John Taylor, e os solos de guitarra maravilhosos, embora simples, de Warren Cuccurrullo.

A faixa de número 3, de nome Love Voodoo, também, tem linhas de baixo que grudam na memória do ouvinte. É uma música muito mais dançante que a última, que foi criada para se dançar a dois.

A quarta música, Drowning Man, é ainda mais alegre que a anterior. Há muitos sons eletrônicos por aqui, o que mostra a capacidade dos músicos do Duran Duran em acompanhar as tendências sem fazerem algo chato. As batidas são bem divertidas, mas, claro, para alguém que tenha mente aberta e saiba discernir a boa da má música, não como certos radicais que caem na besteira de ouvir somente um determinado estilo musical.

Pensei que estivesse enganado ao começar a quinta faixa, pois ouvi sons de tiros. Foi aí que verifiquei o nome da música: Shotgun. Os sons iniciais, portanto, são bem sugestivos. Esta música é de curta duração e engraçada.

A sexta faixa é, como a segunda, um clássico, ainda mais para quem costuma ouvir a rádio Santa Cecília FM. Seu nome é Come Undone, com seus instrumentos harmoniosamente tocados, além de vocais femininos muito bem feitos no refrão. É incrível uma única banda conseguir produzir tantos hits de qualidade quanto o Duran Duran! Esta balada também é para se ouvir junto à namorada.

A nº 7 do filé conta com a participação do ótimo músico brasileiro Milton Nascimento. Admito que não me agrada o que ele faz de música sozinho, mas respeito sua capacidade tanto para cantar como para tocar violão. Em Breath After Breath, ele canta em português, enquanto LeBon, por óbvio, canta em inglês. O violão foi muito bem aplicado nesta canção. As partes de Nick Rhodes no teclado também são muito bem feitas.

A faixa seguinte, UMF, tem uma atmosfera tão Pop quanto o de Drowning Man, sendo igualmente dançante, com batidas eletrônicas bem divertidas e um refrão que gruda na cabeça.

A número 9 do CD, Femme Fatale, chega a lembrar Imagine, de John Lennon. O clima é parecido até o refrão, e com diferenças óbvias, como no tocante à bateria eletrônica, por exemplo, e, ao final, um pouco mais de agitação. É outra faixa para se ouvir junto de quem se ama, se é que o leitor True Metal deste blog sabe em que consiste este verbo.

A décima faixa, de nome None of the Above, é bem Pop-Rock, com destaque para a guitarra mais pesada e as batidas, estas em velocidade além do normal do restante do álbum. Aqui há mais um refrão para se lembrar enquanto se faz coisas diversas, desde tomar banho a trabalhar.

Shelter, décima primeira canção de The Wedding Album, é mais uma para se dançar, caso você aprecie. Tem bastante peso no refrão, com o teclado de Rhodes e a guitarra de Cuccurullo sendo responsáveis por isso. Tem uma característica que citei no começo da resenha quando me referi a Drowning Man: adequação aos tempos em que foi lançado o trabalho.

A antepenúltima faixa, To Whom It May Concern, conta, nos primeiros momentos, com uns sons próprios de discagens telefônicas. O ritmo é na mesma linha das últimas faixas. No encarte, pode-se verificar que as letras estão em um tipo de carta a um indivíduo de nome Bones, ou seja, Ossos. Será o Cazuza? UAHUHAUHAUHA!

A faixa derradeira, Sin of the City, começa com uns murmurinhos ao fundo, sons de carros, ambulâncias, etc., ou seja, tenta nos passar várias coisas que ocorrem em uma cidade, como sugere o título. Quando começa a música, é possível verificar algo para se fechar com chave de ouro o álbum: ritmo ditado pelo baixo do extraordinário John Taylor. Depois de um tempo, Rhodes aparece, perto do refrão, que é maravilhoso e um dos melhores de todo o compact disc! A voz de Simon LeBon está muito bem encaixada no contexto. Percebe-se, também, fora do refrão, que LeBon esboça um naipe de rapper, mas nada muito forçado.

Este filé, portanto, é algo para um ouvinte desprovido de preconceitos conhecer, pois tem diversas facetas da música Pop, sendo o mais legal o fato de não parecer clichê. Se você não se dá a chance de ouvir esta preciosidade por ser preconceituoso e apenas curtir sons de velho ou Black Metal, o problema é todo seu!

(Obrigado, amor, por nossos dois anos!)

por RODRIGO BLACK a.k.a. HELLDRIGÖ, que também adora Pink Floyd e Aura Noir.

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